Rostos da nossa terra 1

O ILIDIO
Fotografia: Paulo Patoleia



Quem não conhece o Ilidio

Na nossa terra é chamam-lhe o Ilidio Pêro, não sei donde lhe vem esse nome, quem lhe tirou o retrato chamou-lhe Ilidio o Canário e eu sinceramente acho que este nome lhe assenta na perfeição.
No seu bolso transporta quase como se fosse um tesouro a gaita de beiços, o seu realejo, que segundo ele, é de uma marca especial da qual não me recordo agora o nome.
Nunca aprendeu a ler nem a escrever. Até andou na escola, mas eram mais as lições a que faltava do que às que ia.
Mora sozinho no S. Sebastião, mas pouco lá para, andar de casa em casa de terra em terra é mais o seu lema de vida, sem nunca parar muito tempo no mesmo sitio. Gosta de viajar , vai sozinho para todo lado, ás vezes é enganado, mas a ele tanto lhe faz. Vive alegre sem preocupações, coisas sérias nem pensar.
Gosta de festas e romarias, não há feira nem festa nas redondezas que ele falte. É conhecido por todos na região. O trabalho não é o seu forte de costas direitas a vida leva-se bem melhor.

Diz o povo sem maldade - É um cabeça no ar.

Nunca aprendeu uma nota, aulas de musica nem pensar, mas gosta de a escutar, toca de cor as modinhas do seu lugar, até que nem sabe cantar, mas de cabeça levantada, assobia qualquer melodia, aprende facilmente o tom, com seu realejo nos beiços e com o corpo a gingar, até consegue animar um serão,nas noites quentes de verão.

Rostos sorridentes de jovens castedenses - as gêmeas, filhas do Reinaldo e da Zeza, o Antonio Rei, e o impagável Augusto Luzio, centro das atenções - em agradável noite de festa e de farra.

Tb sou um apreciador das fotos do Paulo Patoleia, principalmente as dos rostos transmontanos.